Quem disse que você tem que fazer terapia?
A seita da terapia obrigatória: tô fora
Outro dia fiz um post no Instagram com uma piadinha boba:
Terapia, R$250
Mandar à merda, R$0,00
Certas coisas não têm preço
Na legenda, aliás, eu mesma escrevi: “Bilhetinho de escritora não substitui conselho profissional. Façam terapia.” Mas escrevi como quem diz “bebam água” ou “usem filtro solar”. Um conselho genérico, não um mandamento sagrado.
Só que parece que, hoje em dia, tudo precisa de chancela terapêutica. Não basta pensar, sentir, escrever ou errar, tem que ter um terapeuta validando. Um carimbo oficial de que você processou aquilo direito . Caso contrário, você corre o risco de estar vivendo errado.
E é aí que eu me pergunto: Em que momento fazer terapia virou obrigatório?
Eu quero e exijo o direito universal de não fazer terapia. De não confiar em ninguém, o que inclui o terapeuta. De não querer pagar centenas de reais para alguém repetir: “E como você se sente a respeito disso?”
Saúde mental, pra mim, começa com sono regular, comida decente, luz do sol, e silêncio.
Se ainda sobrar alguma coisa que você não consegue digerir, escreva num caderno. Fale num vídeo. Grite sozinho dentro do carro. Faça o seu próprio ritual de sobrevivência. E aí, se nada disso resolver , aí sim, procure um terapeuta.
Terapia? Talvez. Mas só depois da minha série de tríceps.
Originally published at https://www.bpellizzer.com.br on May 21, 2025.